O padre Marcelo de Matos Tinoco, de
30 anos, coordenador do grupo de jovens da Diocese “Santa Maria Mãe de
Deus”, da Catedral de Castanhal, nordeste do Pará, foi autuado em
flagrante, na noite de ontem na Superintendência Regional do Salgado,
sob acusação de estupro de vulnerável. Ele foi flagrado, por volta de
22h30, por uma guarnição da Polícia Militar, no momento em que estava
com a criança no interior de um carro de passeio, em uma área de
piçarreira, situada no ramal de acesso a um centro de convenções, no
bairro do Apeú. Em depoimento, a vítima, um menino de 12 anos, denunciou
ter sido abusado sexualmente pelo sacerdote. Marcelo Tinoco está
recolhido no Centro de Recuperação Regional de Castanhal, unidade
vinculada à Superintendência do Sistema Penitenciário do Estado, à
disposição da Justiça.
Responsável pela lavratura do
procedimento flagrancial, a delegada Elielza Menezes, de plantão,
informou que os policiais militares, da guarnição de Castanhal,
trafegavam em uma viatura, pela estrada vicinal, durante à noite, quando
visualizaram um carro, modelo Gol de cor cinza, parado no acostamento
de outro ramal, que corta a estrada principal, em uma área de pouca
luminosidade e descampada. No momento em que a guarnição iria fazer a
abordagem, o condutor do veículo tentou sair do local, mas foi impedido.
Ao ser feita a revista no carro, os policiais militares encontraram o
padre, que é bastante conhecido na cidade, ao lado da criança, que atua
como coroinha na mesma diocese do acusado.
Ambos foram conduzidos para a
Superintendência Regional da Polícia Civil, onde o menino afirmou que
foi levado pelo padre até o local, após participar de uma celebração
religiosa, na igreja de São Pedro, situado no bairro Tóquio, em
Castanhal. No interior do carro, segundo relatou a criança, o sacerdote
passou a beijá-la. Depois, ele teria tocado as partes íntimas do menino.
O menino disse que é coroinha da diocese desde os 7 anos, porém alegou
que foi a primeira vez que saiu com o padre. A criança foi encaminhada
para exame de sexologia forense no Centro de Perícias Científicas
"Renato Chaves", em Castanhal, e atendimento psicossocial, no Programa
Pró-Paz, em Belém, para constatação do crime. À delegada, o padre não
soube justificar o que fazia com o menino, no carro, em uma área
afastada do centro da cidade, quase às 23 horas.