sábado, 9 de junho de 2012

Banda de Uruará mostra na Estação o som dos metais e instrumentos de sopro

 Vinte e seis horas de estrada foi o tempo que a Banda Diego Cotes de Moraes, do município de Uruará, no oeste paraense, levou para chegar a Belém. O grupo da região da Transamazônica, formado por 25 músicos - de 11 a 19 anos -, se apresentou nesta sexta-feira (8) na Estação das Docas, na programação do XXV Festival Internacional de Música do Pará (Fimupa). Nem à distância e nem a chuva, que atrasou em mais de uma hora o começo do show, tirou a vontade dos músicos de contagiar o público.
“A oportunidade de participar de um evento como o Festival Internacional é fantástico para todos nós, inclusive para os moradores de Uruará, que estão orgulhosos da nossa participação. Todas as bandas do interior estão satisfeitas. A gente percebe o compromisso da Fundação Carlos Gomes (FCG) em investir e valorizar nosso trabalho” ressaltou o maestro Paulo Jorge Moreira, regente da banda.
Os adolescentes fazem parte de um projeto de educação musical criado pelo município de Uruará e desenvolvido na Escola Diego Cotes de Moraes. São 250 crianças e adolescentes aprendendo a tocar um instrumento. Segundo Paulo Moreira, o papel da FCG neste processo é fundamental, pela qualidade técnica dos alunos formados no município. “Os estudos começam com a musicalização, ensino de teoria musical. A procura por esta formação é grande em Uruará, e o trabalho de interiorização da FCG é muito importante para os grupos. Eu estou entre as pessoas que desfrutaram desta ação. Venho a Belém constantemente e já fiz vários cursos de qualificação, feito também por monitores e professores”, informou o regente.
O repertório apresentado no palco armado no Forte São Pedro Nolasco foi diversificado, uma das características dos artistas que estão se apresentando no XXV Fimupa. Boleros, sambas e um pout pourri de carimbó foram os destaques da noite. O maestro explicou que a Banda Diego Cotes de Moraes mantém a tradição das bandas de música e evita a utilização de instrumentos elétricos e vocais. “Minha principal preocupação é com a afinação e a manutenção da formação tradicional das bandas de música, baseadas principalmente nos metais e instrumentos de sopro”, disse ele.
Madrigal - Próximo à Estação das Docas, na Igreja de Santo Alexandre, as vozes eram os instrumentos. O Madrigal Experimental de Repertório, de canto coral, se apresentou em frente ao altar da igreja e encantou o público com as belíssimas vozes de seus integrantes. Nas canções, temas como amor, dor e alegria garantiram momentos de pura emoção.
O regente Adamilson Abreu montou um repertório eclético, que começou com obras do século XVI. “Este concerto é uma amostra do ecletismo do festival. Isto foi pensado para atrair todo tipo de público interessado em música. Começamos no século XVI e viemos até os dia de hoje, desde o francês Jacob Arcaldet até Caetano Veloso”, frisou o maestro.
A professora de Música Karina Cardoso saiu de ônibus na terça-feira (5) de Marabá, no sudeste do Estado, em direção a Belém, somente para assistir à programação do XXV Fimupa. “Eu vim participar do máximo de apresentações possíveis. Esse festival é tudo de bom. A gente relaxa durante os espetáculos e esquece um pouco da correria da vida", declarou.
O XXV Fimupa promove mais de 60 concertos em diversos locais da capital paraense. A programação ampla visa atingir o maior público possível, enchendo de som a cidade de Belém. “Esta edição do festival é especialíssima. Estamos comemorando bodas de prata, e 25 anos de existência é uma proeza em tempos de imediatismo como o que nós vivemos”, afirmou Adamilson Abreu.

Texto:
Julia Garcia - Secom

  Da Redação
Agência Pará de Notícias